É verdade, Alice. Eu também vi isso! Concordo que se deve discutir isso num espaço lúdico e lúcido. Afinal, é sempre complicado hierarquizar categorias diferentes. É misturar alhos com bugalhos!
Houve, contudo, um momento do debate que teve mais polémica e que gostaria de comentar. Aquele em que o Prof. José Hermano Saraiva saiu à defesa do nome de António Salazar. Mal se ouviu o que ele disse porque todos se juntaram para mostrar a sua indignação. Fica bem tornar visível a nossa indignação politicamente correcta, especialmente em prime-time! No entanto, se bem recordo o que ele disse, o seu depoimento cifrou-se por um cariz pessoal, dizendo que no trato pessoal, jamais tinha encontrado alguém tão sério e coerente como a pessoa de Salazar. E, sobre isto, apraz-me dizer o seguinte:
a) Sou demasiadamente adepto da liberdade e da independência para admirar alguém que encabeçou uma ditadura. Que isto fique claro sobre qualquer cabeça que tente colocar aqui uma simpatia salazarista na minha pessoa! Para mais, sou daqueles que nao tenho ídolos mas sim referências...e Salazar não é uma delas!
b) Admiro o valor da amizade. E, o que vi, foi alguém que preferiu dizer algo politicamente incorrecto, mas ficar de consciência limpa, do que silenciar-se enquanto o resto do auditório dizia o que já sabemos sobre a figura de Salazar, que era do seu conhecimento e simpatia pessoal. Não ganhou nada com isso. Mas disse-o, sem medo! E, na minha opinião, não ser neutro e silencioso quando a nossa consciência se incomoda é uma qualidade e uma prova de carácter. Porque para criticar o óbvio há sempre muitos...é quase osmótico...
c) Gosto de estar num país onde seja possível acontecer o programa de ontem. Com todas as barbaridades que tenham sido ditas...
Lembro-me que alguém disse um dia sobre Portugal que "nunca fomos muitos, mas quando soubemos ser Todos, fomos os bastantes." Acho que foi o Prof. Hermano Saraiva, mas não tenho a certeza! ;)
Talvez volte ao assunto da escolha de "Maior Português" mais tarde...
Viva Portugal!