segunda-feira, outubro 23, 2006

O que a vida tem

A vida tem vinho e jazz.
E tem momentos de angústia e desconcertação.
Tem dias de Sol radiante e noites de compaixão.
Tem risos e gargalhadas, tem lágrimas e demissão.
Tem crianças que jogam tudo num intervalo da escola e tem ausência de pausas para jogar na profissão.
Tem livros, tem música, tem cinema.
E tem mar para acompanhar a solidão e nuvens para cobrir o céu como um triste poema.

Tem bichos da conta no jardim.
Tem ervas amargas nas aldeias.
E tem as contas do dia a dia e a miséria que convive nas traseiras.
Tem teclas e mecanismos digitais.
E tem burocracias infernais.
Tem amigos e família, tem amores e paixões.
E tem etiquetas e ódios, tem desencontros e traições.
Tem o estar perto como o cheiro da areia, tem o estar dentro como uma conversa em sintonia.
E tem o estar longe de nós e o ser posto de fora pelos outros em demasia.

Tem a chama do entendimento, tem o conforto de acreditar.
E tem a ignorância que maltrata e a arrogância de julgar.
Tem o conhecer o caminho de cor, tem o não conhecê-lo e saber para onde se vai.
E tem cruzamentos sem mapa e becos de onde não se sai.
Tem quase de tudo. De tudo tem um pouco. De um pouco tem quase nada.

Mas o que mais custa é vivê-la dormindo, sabendo-a acordada...

1 comentário:

Anónimo disse...

Obrigado Nivlac, por escreveres para ti-nós, por te misturares nas linhas das tuas linhas, por me deixares este espaço de comentário para acrescentar:

A vida tem outros eus mais perfeitos que eu. Tem amigos que estão lá mesmo sem o julgar.

Hoje, niv, foi no teu blog que me enxuguei. Nem me lembro bem que artigo estou a comentar; sei que me vais ler também e que com uma simples dedução vais sorrir para o meu nome. Obrigado pelo que não te disse ainda e obrigado por me teres deixado encontrar-te. Mesmo no anonimato :)