quinta-feira, outubro 12, 2006

Sigo caminho

Sou a mala que vai a caminho.
Sou a nuvem que passa distante.
Escondo-me do sol cintilante,
Mostro-me onde estou sozinho.

Passo lesto e vou descontente
E, em fuga lenta, desapareço.
Sou uma pedra de arremesso
Contra a mentira de toda a gente.

Corro cego e vou em fugida.
Procuro o que já não existe.
Só a vontade persiste
De aqui ser minha despedida.

Assim me afasto e sigo caminho
Por atalhos que desconheço.
Nos trabalhos que a mim peço
Tento ver do que sou capaz.

Desfaço-me e aconteço,
Mato-me e adormeço,
Mas jamais volto atrás.

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