segunda-feira, outubro 09, 2006

Questões nocturnas sobre quando nada se Sonha


Qual a justificação quando nada se faz?
Qual o preço a pagar por se ser espectador do mundo?
A morte não será seguramente. Essa não é preço, é custo fixo de todos e para todos.
Será a vida? Ou, melhor dizendo, esse neoconceito de "estilo de vida"? É esse que justifica que se prescindam dos valores evidentes mas que se mantenham os considerados correctos?
O que faz com que até homens e mulheres inteligentes, poderosos e letrados virem a cara? Que adiem? Que não se aconteçam?
Tenho pena que este mundo humano se afaste tanto da nossa natureza que já nem nos reconheçamos quando olhamos ao espelho das nossas acções. Somos agora um compromisso, um tempo para a segurança, um cinzento. Somos a forma pálida do que fomos ainda há poucas gerações. Daqueles homens que tinham de fazer porque não tinham outra saída. Daqueles que, como se diz, foram heróis porque não tiveram tempo de fugir. Mas que foram!
Dos que arriscavam porque o risco valia a pena. E continua a valer, mesmo que sejamos ensinados a pensar que não. Queremos carros mais rápidos mas onde ninguém morra, comida farta mas sem nenhum lado negativo para as homeostasias corporais, férias distantes mas com as mesmas comodidades de ficar na nossa sala, aviões disponíveis mas sem acidentes, trabalho árduo e mal pago mas emprego garantido, sucesso na educação mas sem reprovações, vivemos sem paixão mas morremos cada vez mais tarde e todos os mais exemplos que fazem desta sociedade um óptimo sítio para se sobreviver, mas um local dificil para se sonhar.
Aqueles que tornam os seus sonhos impossíveis, terão de lidar com uma rotina inevitável.
E a rotina, meus caros, é o oposto de se ser humano!
Mas eu, que sei disto? E que justificação tenho para fazer tão pouco?

5 comentários:

AGRIDOCE disse...

Para ti Calvin, tão azedo que estás, vai isto:
"Every revolution begins with the power of an idea and ends when the only idea left is power."
Et voilá.

Calvin disse...

ò belga-tuga, e já agora quem disse isso? E quando o disse estava na fase do poder da ideia ou na da ideia do poder?;)

souvant disse...

Um gajo fica deprimido a ler estas constatações da realidade.

Mas, na verdade, é o envolvente que nos deprime e não as palavras. Estas apenas nos relembram da MERDA em que nos encontramos.

Lyra disse...

A Vida é aquilo que fazemos dela! Se nos rendemos à rotina e desistimos dos nossos sonhos, temos de viver com isso mesmo... ou sobreviver será o termo mais correcto.
Agora, se lhe tomamos as rédeas, podemos ir onde até onde os sonhos nos levarem.
É tudo uma questão de nos conformarmos... ou não ;)

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